Objetivo
Reconhecer a bissetriz como uma semirreta com origem no vértice que divide um ângulo em dois ângulos congruentes.
Nível escolar
9º ano – Ensino Fundamental
Tempo
100 minutos (2 horas/aula de 50 minutos cada)
Conteúdo
Bissetriz de um ângulo
Momentos
Introdução: Professor (a), você poderá iniciar a aula por meio de um diálogo com os estudantes a respeito do software Geogebra, já que para desenvolverem a tarefa será preciso que os mesmos tenham familiaridade com os ícones básicos do software, que serão utilizados para construir figuras determinantes para a resolução das questões da tarefa.
Resolução da tarefa: Antes de realizar a leitura da tarefa, solicite a atenção dos estudantes em relação a introdução, enfatizando sua importância para que eles possam responder os itens da tarefa. Leia a introdução e conceda aos estudantes um espaço de tempo para que eles possam construir as figuras solicitadas na malha do software Geogebra. É importante mantê-los focados nos procedimentos a serem realizados para dinamizar a implementação da tarefa. Esgotado o tempo concedido para que os estudantes tracem as figuras, leia o item a da tarefa e dê um tempo para que eles respondam, acompanhando com intervenções para esclarecer dúvidas, mas que não interfira no caráter investigativo da tarefa. O mesmo procedimento você poderá adotar para o item b.
Socialização: Nesse momento, você poderá aproveitar e fazer a sistematização do conteúdo, dialogando com os estudantes a respeito do que foi estudado durante a implementação da tarefa, esclarecendo dúvidas que porventura persistirem.
Recursos
Tarefa; lápis; borracha; papel ofício e software Geogebra.
Todo conteúdo do ambiente está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. agora só falta o php
IDENTIFICANDO ÂNGULOS CONGRUENTES E BISSETRIZ DE UM ÂNGULO EM UMA TURMA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Profa. Sofia Marinho da Natividade
Este relato tem como objetivo descrever a implementação de uma tarefa sobre a exploração de ângulos, em particular, ângulos congruentes e bissetriz de um ângulo, realizada em 2013. A tarefa foi implementada em uma turma de 9º ano do Ensino Fundamental, composta por 25 estudantes com idades entre 14 e 17 anos, da Escola Estadual Ernestina Carneiro, situada em um bairro da periferia na cidade de Feira de Santana-Bahia. Nessa tarefa, estudantes foram convidados a identificar ângulos congruentes e a bissetriz de um ângulo.
Para implementar a tarefa, foi utilizado o software Geogebra[1], um programa de geometria dinâmica que permite realizar construções geométricas com a utilização de pontos, retas, segmentos de reta, polígonos, dentre outros. O programa reúne ferramentas que auxiliam estudantes a representar construções geométricas e, ao mesmo tempo, o trabalho com a álgebra e geometria.
Iniciei a aula com algumas considerações a respeito do software Geogebra, que eles tiveram contato em alguns encontros anteriores, os quais promovi antes de fazer a tarefa. Esses encontros foram necessários, pois, a maioria dos estudantes da turma não conhecia o programa. Em seguida, iniciei a leitura da tarefa, solicitando que os estudantes acompanhassem com atenção, pois, nesse momento inicial, foi solicitado alguns procedimentos determinantes para o desenvolvimento da mesma. [Vídeo 1] Nesse momento, solicitei que construíssem dois ângulos no software Geogebra: no primeiro ângulo, traçassem uma semirreta qualquer a partir do seu vértice, e no segundo ângulo, também a partir do vértice, traçassem uma bissetriz.
Figura 1: Leitura da tarefa realizada pela professora
Para realizar esses procedimentos, os estudantes localizaram no Geogebra os ícones que lhes possibilitassem construir os dois ângulos e traçassem também, as semirretas solicitadas. [Vídeo 2] Assim, foi dado um tempo para que realizassem os procedimentos, os quais foram feitos com facilidade pela maioria da turma, pois, o programa orienta os passos a serem seguidos para a sua realização. Os estudantes, que, por ventura, cometiam alguns equívocos no momento de construir os ângulos, traçar as semirretas ou medir os ângulos encontrados, recebiam auxílio do colega, já que a tarefa foi organizada para ser feita em duplas.
Figura 2: Construção dos ângulos e das semirretas
O item a da tarefa solicitava que os estudantes fizessem comentários a respeito dos procedimentos realizados. Nesse momento, iniciei uma conversa com os estudantes acerca do que eles aprenderam até aquele momento, a partir da construção na malha do Geogebra.
Durante esse diálogo, solicitei que movessem tanto os lados dos ângulos, quanto as semirretas. [Vídeo 3] Nesse momento, eles começaram a conjecturar a respeito dos valores dos ângulos e das semirretas. A partir das contribuições dos estudantes, retomei, brevemente, uma discussão sobre segmentos congruentes e chegamos à definição de que ângulos com medidas iguais eram denominados de ângulos congruentes, além de reconhecer a bissetriz de um ângulo.
No entanto, ao solicitar que os estudantes registrassem suas conjecturas na tarefa ficou evidente a dificuldade de alguns deles em transcrever o que construíram no Geogebra. A minha intervenção foi no sentido de lembrar que deveriam transcrever no papel tudo que realizaram, repetindo com eles “o que vocês fizeram desde o início e depois, e depois...?”, como apresentado no trecho abaixo:
Professora: O que vocês fizeram? Vocês traçaram dois ângulos, não foi? O primeiro vocês dividiram com...?
Aluno A: Com uma semirreta qualquer.
Professora: Uma semirreta definida por dois pontos. Depois, vocês fizeram o quê? Depois de ter dividido o ângulo com uma semirreta definida por dois pontos?
Aluno A: Contou…
Professora: Contou ou mediu?
Aluno A: Ah! Mediu!
Professora: E o que é que aconteceu?
Aluna B: As medidas não são as mesmas.
Professora: Então, esses dois ângulos que dividem o primeiro ângulo... A semirreta dividiu os ângulos em valores iguais ou diferentes?
Aluna B: Diferentes!
Professora: Medidas diferentes! Não é isso? Então, coloque no papel.
Aluna C: Eu fiz pró.
Contudo, os estudantes ainda demonstravam dificuldades em transcrever o que observaram. Nas faces deles, a indecisão era evidente. Eles não sabiam como redigir suas conclusões a respeito dos procedimentos que haviam realizados. Então, surgiram outros comentários como:
Aluna A: Como que eu começo? Falo primeiro dos ângulos ou das semirretas?
Aluna C: Vou falar dos ângulos, depois falo da semirreta qualquer e da bissetriz.
Diante disso, mais uma vez, retomei aos procedimentos a fim de que conseguissem escrever o que entenderam a partir das discussões. Nesse momento, alguns estudantes já conseguiam perceber a função da bissetriz. [Vídeo 4] Porém, a dúvida a respeito de ângulos congruentes ainda persistia, confundindo ângulos congruentes com segmentos congruentes. [Vídeo 5] Diante disso, concedi aos estudantes mais dez minutos para que concluíssem suas respostas e finalmente toda a turma respondeu o item a da tarefa.
O item b perguntava o que poderíamos concluir a respeito da semirreta traçada no primeiro ângulo e a bissetriz traçada no segundo ângulo. Ainda houve certa dificuldade dos estudantes em transcrever o que eles falavam quando perguntados a respeito das duas semirretas, mas desta vez a resposta foi mais rápida. A experiência adquirida com a resposta do item a os preparou para responder melhor e com mais rapidez o item b da tarefa. Nesse momento, aproveitei para rever com eles tudo o que havíamos discutido durante a implementação da tarefa, fazendo perguntas, reforçando suas respostas a fim de concretizar as noções elaboradas sobre ângulos congruentes e bissetriz de um ângulo. [Vídeo 6]
Figura 3: Professora sistematizando o conteúdo
Para finalizar a narrativa, gostaria de salientar que esta tarefa foi implementada em uma turma que não havia estudado os conteúdos “ângulos congruentes” e “bissetriz”, além de uma novidade para os estudantes que foi o software Geogebra. A maioria dos estudantes não demonstrou dificuldade em manusear o programa, já em relação à dificuldade em responder os questionamentos, é preciso que eles sejam estimulados a ler e escrever dentro de um contexto em que a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte de sua vida. Assim, os estudantes trabalharam em duplas numa atitude de cooperação, sendo isso importante, pois a interação entre eles, foi um fator de grande importância para que os estudantes construíssem as respostas para as questões propostas na tarefa.
Nessa tarefa, os estudantes trabalharam em duplas, mas, dependendo da disponibilidade dos computadores da sala de informática de sua escola, a mesma pode ser implementada de modo que os estudantes trabalhem individualmente.
[1]Trata-se de um programa livre, desenvolvido por MarkusHohenwarter, disponível, em português, no endereço eletrônico http://www.geogebra.at/
Você pode usar, transformar e compartilhar este material que registou uma aula cujo objetivo foi ensinar classificação de quadriláteros e suas propriedades. Você pode fazer mais! Pode contribuir com este material, enviando:
Para contribuir, você deve enviar o arquivo, em formado “.doc”, para este e-mail: educacaomatematica@ufba.br. No corpo da mensagem, informe seu nome completo, instituição, série a que se refere o material enviado, cidade, estado e país. O Observatório da Educação Matemática publicará sua contribuição na janela correspondente ao assunto, de modo que todos os visitantes do ambiente possam ter acesso. |
INTRODUÇÃO DA TAREFA
Nesse vídeo, observamos que a professora fez a leitura da tarefa, solicitando o tempo todo a atenção dos estudantes. Esta foi uma estratégia da professora com a finalidade de que os estudantes compreendessem quais os procedimentos que seriam necessários para o desenvolvimento da tarefa, o que incluía a construção de dois ângulos no software Geogebra, de uma semirreta qualquer e da bissetriz. Todavia, para que os estudantes construíssem os ângulos, a semirreta qualquer com origem no vértice e a bissetriz do ângulo, foi necessário que o professor reservasse uma aula anterior ao desenvolvimento da tarefa apenas para que os alunos se familiarizassem com o software.
CONSTRUINDO DOIS ÂNGULOS E AS SEMIRRETAS
Nesse vídeo, os estudantes realizam os procedimentos solicitados para a construção dos ângulos. Apesar desse momento ser marcado por uma maior autonomia dos estudantes no desenvolvimento da tarefa, a professora não deixou de mediar esse processo, incentivando-os a dar continuidade aos procedimentos solicitados pela mesma, visando uma maior exploração da tarefa e das ferramentas do software. Uma das ferramentas utilizadas para essa exploração dos ângulos foi o ícone “mover”, importante para realizar a análise da bissetriz do ângulo e da semirreta qualquer com origem no vértice do ângulo. Essa estratégia de utilizar o ícone “mover” é de natureza investigativa, já que dela parte as conjecturas dos estudantes com relação as semirretas.
IDENTIFICAÇÃO DA BISSETRIZ E RECONHECIMENTO DE ÂNGULOS CONGRUENTES
Nesse vídeo, a professora iniciou a discussão dos procedimentos sobre a movimentação dos lados e das semirretas, como estratégia para levantar questionamentos de modo que os estudantes expressassem suas observações sobre os procedimentos realizados no software. Nesse momento, a professora aproveitou o entendimento dos estudantes para evidenciar a característica da bissetriz do ângulo, bem como o reconhecimento de ângulos congruentes como aqueles que possuem a mesma medida.
RETOMANDO A DISCUSSÃO
Nesse vídeo, a professora retomou a discussão com os estudantes sobre os procedimentos, pois eles não conseguiam transcrever suas conclusões a partir do que foi observado, apesar de responderem oralmente todas as perguntas. A partir dessa estratégia, alguns estudantes começaram a conjecturar a respeito da semirreta bissetriz, entre eles e com a professora.
SANANDO AS DÚVIDAS
Nesse vídeo, a professora retomou o diálogo com o estudante, em virtude dele está nomeando ângulos congruentes como segmento congruentes. Essa estratégia usada pela professora teve o intuito de sanar a dúvida do estudante com relação aos conceitos abordados durante os diálogos anteriores.
SISTEMATIZANDO
Nesse vídeo, a professora utilizou a estratégia de estabelecer uma conversa com os estudantes, de modo que o conteúdo fosse sistematizado, refletindo sobre os conteúdos trabalhados durante a implementação da tarefa.